Pedras na vesícula são fonte de incômodo para até 2 em cada 10 pessoas. Um problema de saúde tão comum, provavelmente é relevante para você, para um familiar ou para alguém próximo e neste artigo estão as principais informações sobre o tema.
Médico para Cirurgia de Vesícula:
O médico especialista no tratamento de pedras na vesícula e em realizar a cirurgia de vesícula é o Cirurgião do Aparelho Digestivo ou simplesmente Cirurgião Digestivo.
Dr Guilherme é cirurgião digestivo, especialista no tratamento de pedras na vesícula na cidade de Londrina e região. Ele faz parte da equipe de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital Universitário de Londrina, onde se formou.
Ao longo de seus 9 anos de experiência, segue realizando centenas de cirurgias de vesícula todo ano, com muita segurança. O seu trabalho devolveu a qualidade de vida e resolveu os sintomas de pedras na vesícula de muitos pacientes.
Para agendar uma consulta com o especialista em pedras na vesícula é importante saber quais são as opiniões de outros pacientes. Confira abaixo as avaliações do Dr Guilherme no site Doctoralia:
O que causa pedras na vesícula?
O termo técnico para falarmos de pedras na vesícula é “colelitiase”.
As pedras que se formam na vesícula biliar e são compostas principalmente por colesterol e sais de bilirrubina. O colesterol é uma substância fundamental na estrutura das nossas células e na produção de importantes hormônios. Já a bilirrubina é uma substância que o corpo produz no processamento das células vermelhas do sangue quando essas ficam velhas.
Tanto o colesterol quanto os sais de bilirrubinas ajudam a compor uma substância produzida pelo fígado: a bile! E essa bile é armazenada e refinada dentro da nossa vesícula biliar. Toda vez que ingerimos alimentos que contenham gorduras, a vesícula biliar esvazia seu conteúdo de bile no intestino para iniciar o processamento dessas gorduras.
E como essa substância tão importante pode causar esse problema? Uma série de fatores, ocorrendo em conjunto ou separadamente, favorecem a formação das pedras, ou cálculos:
- Aumento do colesterol: algumas situações aumentam a disponibilidade de colesterol em nosso organismo, e também na bile, saturando-a e favorecendo a união do colesterol em cristais microscópicos e com o tempo, em pedras. Grandes variações de peso, tanto para mais como para menos, são os principais exemplos, como na gravidez e após emagrecimento como na cirurgia bariátrica (saiba mais sobre essa cirurgia AQUI).
- Aumento dos sais de bilirrubina: da mesma forma que acontece com os sais de colesterol, a bile também pode ficar saturada de bilirrubina. Isso acontece em algumas condições que acelerem o processamento das células vermelhas como na cirrose hepática e em anemias hemolíticas.
- Menor esvaziamento da vesícula: a bile é refinada na vesícula e se torna mais potente com o tempo, porém, quando esse processo se prolonga, a concentração tanto do colesterol quanto dos sais de bilirrubina também aumenta, favorecendo a formação dos cálculos. Os hormônios da gestação dificultam o esvaziamento da vesícula; períodos de jejum prolongado também mantém a vesícula cheia por mais tempo e são fatores que facilitam o aparecimento das pedras.
- Genética: alguns estudos demonstram uma chance maior para o aparecimento das pedras na vesícula de pessoas de uma mesma família e algumas deficiências genéticas na produção da bile também aumentam esse risco.
Quem tem maior risco para pedras na vesícula?
Agora que conhecemos como se formam as pedras, podemos concluir os fatores que aumentam o risco para essa doença:
- Obesidade
- Pós-operatório de cirurgia bariátrica
- Gravidez
- História familiar
- Uso de anticoncepcionais (aumentam o colesterol na bile)
- Pacientes com lesões de medula espinhal (menor esvaziamento da vesícula)
Também vale lembrar que mulheres são acometidas duas vezes mais que os homens e que com o passar dos anos, a chance dos cálculos aparecerem aumenta, principalmente após os 40 anos.
Quais são os sintomas de pedras na vesícula?
Os sintomas que as pedras causam variam conforme a posição delas. Na grande maioria das vezes, as pedras estão dentro da vesícula mesmo, onde elas se formaram.
Nesses casos, os sintomas variam muito de pessoa à pessoa. Existem os pacientes que não sentem nada. E existem aqueles que não conseguem conviver com as dores.
A dor tem características clássicas:
- Localiza-se debaixo das costelas, do lado direito, podendo caminhar na direção das costas
- Vem em cólicas, durando de poucos minutos até algumas horas, mas normalmente não mais do que seis horas
- Com muita frequência é desencadeada por ingestão de alimentos gordurosos
- Pode se associar a náuseas e vômitos
Chamamos essa manifestação de “cólica biliar” e esse é o principal sintoma das pedras na vesícula.
Outros sintomas que podem ocorrer são indigestão, eructações, inchaço abdominal e uma intolerância geral à alimentos gordurosos.
Esses são sintomas que podemos perceber em uma série de outras doenças do aparelho digestivo e a diferenciação entre uma causa e outra pode ser desafiadora. Uma avaliação cuidadosa e atenta com o especialista na área é fundamental para o diagnóstico e o tratamento!
Vesícula Inflamada (Colecistite aguda)
Entretanto, a dor e o desconforto não são os únicos problemas que as pedras causam. Esses cálculos podem impedir de forma mais grave o funcionamento da vesícula biliar, trazendo inflamação rápida e súbita do órgão, condição conhecida como colecistite aguda.
Nesse caso, os sintomas são mais intensos e persistentes. A dor ocorre no mesmo lugar, mas é mais forte, melhor localizada e normalmente não passa sozinha.
Pode ocorrer febre, consequência da inflamação intensa da vesícula e, por vezes, da infecção da bile por bactérias.
As náuseas e vômitos também acompanham o caso e o paciente dificilmente consegue se alimentar adequadamente. A operação de urgência com frequência é necessária.
Coledocolitíase
Eventualmente uma pedra da vesícula pode escapar de seu local de origem e seguir o caminho natural da bile até o intestino: um órgão tubular chamado colédoco.
Nesse local, os principais sintomas se referem ao impedimento do escoamento da bile produzida no fígado:
- Icterícia, conhecida comumente como “amarelão” – percebida principalmente nos olhos e debaixo da língua
- Dor, nesses casos, costuma ser menos intensa
- Escurecimento da urina, que fica mais acastanhada e podendo adquirir cor de “coca-cola” – a bile “parada” tem alguns de seus componentes reabsorvidos pelo fígado, que passa a contar com os rins para eliminar o excesso
- Clareamento das fezes, que podem ficar amarelo-claras e até esbranquiçadas – a bile é o principal motivo para a sua coloração
Pancreatite aguda
Um tema que merece seu artigo à parte, mas que tem uma relação íntima com as pedras na vesícula.
O pâncreas é um órgão fundamental tanto para a digestão dos alimentos quanto para a regulação do nosso metabolismo, em especial para a regulação do açúcar no sangue, a chamada glicose!
Pancreatite aguda é um processo inflamatório súbito do pâncreas e que na maioria das vezes ocorre pela passagem de um cálculo para o colédoco e progressão desse cálculo até o intestino. Como o colédoco passa por dentro do pâncreas nesse trajeto, esse órgão pode sofrer com a passagem do cálculo e se inflamar.
O principal sintoma de pancreatite é a dor na parte superior do abdômen, também com suas características clássicas:
- A dor se apresenta em faixa, de um lado ao outro da barriga e pode se estender para as costas
- O paciente pode assumir uma posição clássica para evitar a dor, dobrando-se sobre os joelhos conforme a figura abaixo
- Os vômitos marcam forte presença no quadro
Como se confirma a presença de pedras na vesícula?
Apesar dos sintomas de pedras na vesícula serem facilmente identificados, eles não são exclusivos da doença e apenas a história que o paciente conta não é suficiente para concluir o diagnóstico.
Exames de sangue
Exames de sangue não se alteram de forma geral, exceto nos casos de inflamação aguda da vesícula e nas outras complicações discutidas acima. Assim, são os exames de imagem que possibilitam confirmar a presença dos cálculos.
Radiografia
Radiografias do abdômen, os raios-X, podem flagrar pedras na vesícula quando essas são mais antigas e passaram por um processo chamado calcificação. Dessa forma, nem sempre podemos contar com esse exame para o diagnóstico.
Ultrassonografia
O exame de escolha na avaliação da vesícula biliar e para identificar as pedras é a ultrassonografia de abdômen, exame rápido, razoavelmente acessível e não invasivo, podendo ser realizado em pacientes grávidas sem riscos.
Tomografia computadorizada
A tomografia computadorizada de abdômen, assim como as radiografias, também é mais útil em detectar pedras calcificadas, além de diagnosticar complicações decorrentes da doença. Como é uma opção mais cara e expõe o paciente a níveis mais altos de radiação, prefere-se a ultrassonografia para o diagnóstico. A tomografia, contudo, é especialmente útil em identificar cálculos no colédoco distal e dentro do fígado.
Ressonância magnética
A ressonância de abdômen é um método excelente para avaliar a vesícula biliar, o colédoco e a presença de cálculos nesses órgãos. Porém, como é um exame que depende de equipamentos caros, localização especializada e tem um custo mais elevado, fica reservado para situações de dúvida ou para avaliação de complicações da doença.
Qual é o tratamento para as pedras na vesícula?
Uma vez discutido como se formam as pedras, o que elas causam e como se identifica a sua presença, resta saber o que pode ser feito para resolver esse problema de saúde.
O tratamento para as pedras na vesícula é a cirurgia de vesícula, também conhecida como colecistectomia. A cirurgia é indicada, se não houver impedimentos, para os pacientes que apresentam sintomas.
A cirurgia consiste na retirada da vesícula inteira.
O procedimento é realizado em centro cirúrgico, por uma equipe de três cirurgiões e equipe de anestesia. Apesar disso, é um procedimento relativamente simples, rápido e muito seguro quando executado por equipe experiente.
A técnica de escolha é a videolaparoscópica, ou seja, por vídeo, através de quatro pequenos cortes de até 1cm cada. A técnica por cirurgia aberta também existe e foi amplamente utilizada, mas as vantagens da cirurgia por vídeo diminuíram sua aplicação.
Paciente sem sintomas também podem se beneficiar do tratamento cirúrgico em casos como:
- Diabéticos
- Pacientes com cirrose hepática
- Pacientes com trauma de medula com comprometimento da sensibilidade no abdômen
- Pacientes com anemia falciforme
- Cálculos maiores de 2cm – pois há aumento do risco de câncer
- Cálculos inferiores a 1cm
- Pacientes com vesícula em porcelana – uma alteração, associada a inflamação da vesícula por longos períodos, em que ocorre calcificação do órgão e um aumento no risco de câncer de vesícula!
Essas são as principais informações relacionadas à colelitíase, as famosas pedras na vesícula.
Cada paciente tem um quadro próprio e a avaliação de cada caso é importante para garantir o diagnóstico correto, o melhor tratamento e, finalmente, a melhora na qualidade de vida! Venha tirar dúvidas e saber mais sobre como se livrar das pedras na vesícula em uma consulta!
Fonte:
httpss://emedicine.medscape.com/article/175667-overview
httpss://cbcd.org.br/biblioteca-para-o-publico/calculo-pedra-da-vesicula/
Muito esclarecedor, didático e abrangente.
Aguardo pelos próximos.
Obrigado pelo feedback! Seguirei postando!
Gostei muito desta explicação pois recentemente fui diagnosticada com cálculos na vesícula e tinga remédio de cirurgia
Olá, Marcia!
Realmente o diagnóstico de pedras na vesícula pode assustar, principalmente considerando que o tratamento cirúrgico é a única opção para a cura. Apesar disso, espero ter conseguido te mostrar que a cirurgia é muito segura, eficaz e relativamente simples. Conte comigo para ajudar! Obrigado pelo comentário!
Muito obrigado Dr pela sua explicação me tirou todas as dúvidas que tinha sobre pedras na vesícula e cirúrgia de vesícula. Por mais médico como o senhor.
Olá, Carolinda! Fico muito contente com seu comentário. Trazer entendimento para os pacientes é o principal objetivo do site! Se eu puder ajudar em mais alguma coisa, conte comigo!
Boa noite Drguilherme, minha amiga acabou de fazer uma cirurgia contigo ela falou muito bem de voce que passou super bem muito carinho um grande profissional parabéns pelo trabalho lindo e abençoado que com muito amor faz com suas clientes Deus te abençoe com muita sabedoria sempre muito obrigado 🙌🙌🙌❤️
Muito obrigado, Vera! Acredito muito em um atendimento com dedicação, atenção e carinho – é a boa prática da Medicina! Amém, fiquem com Deus vocês também e uma excelente recuperação para ela!
Excelente! Descobri que tenho várias pedrinhas, quando é necessária uma cirurgia aberta? Quero fazer por vídeo..
Olá, Andreia! Obrigado pela pergunta. No seu lugar também preferiria a cirurgia por vídeo! É mais rápida, permite uma visualização melhor das estruturas e a recuperação é muito mais tranquila. Hoje em dia, na minha equipe, a cirurgia aberta se restringe a situações muito específicas, raras e que fogem do normal, como em complicações em que os cálculos escapam da vesícula e não conseguem ser recuperados de outra forma. A maioria absoluta das cirurgias começam e terminam por vídeo! Se eu puder ajudar no seu caso, conte comigo!
Olá Dr Gostaria de saber se tem como quebrar as pedras sem retirar a visícula ?
Olá, Amanda! Obrigado pela dúvida. Eu gostaria de ter respondido mais cedo. Vamos lá: as técnicas de “quebra” das pedras foram tentadas no caso das pedras de vesícula, porém com resultados desanimadores e com complicações como migração da pedra para o colédoco e pancreatite.
Uma cirurgia que preserve a vesícula não existe, mas se existisse, traria sérios riscos de infecções, além do risco de formação de novas pedras.
Por isso, quando tratamos pedras na vesícula, retiramos a vesícula inteira junto das pedras!
Tenho uma pedrinha na vesícula é nessesario cirurgia.
Olá, Everson!
Nos falamos pelo contato do whatsapp! De modo geral, pedras na vesícula precisam sim de tratamento cirúrgico. Aguardo você realizar seu exame para retomarmos o agendamento da sua consulta!
Eu tenho uma de 7 Milímetros ué descobri em um ultrassom.
Teria como eu tratar ela sem cirurgia? Pois não sinto incômodo nela.
Olá, Chrystian! O tratamento para as pedras da vesícula é primariamente cirúrgico. Em casos especialmente selecionados é possível o acompanhamento, mas perceba que isso não é um tratamento definitivo, o problema ou o potencial para complicações continua lá. De modo geral eu recomendo a cirurgia para a absoluta maioria dos pacientes, mas a avaliação é sempre individualizada. Se eu puder ser útil no seu caso, vamos agendar uma consulta!